O Natal. Não consigo exprimir exactamente o que sinto em época natalícia. Já não me irrita como outrora, é um facto. Também não me deixa a rejubilar como antigamente. As prendas já não são o que eram...
Não gosto do mês de Dezembro e como o Natal aí acontece...
É o mês que assinala o começo do frio, do frio mesmo a sério. São as filas intermináveis de trânsito, as lojas cheias de pessoas sem ideias e sem dinheiro para prendas de Natal. São as luzinhas, a árvore de natal gigante. São os doces de Natal, não consigo resistir-lhes.
Mas o que me exaspera verdadeiramente são os desejos de bom Natal, boas festas, bom ano. Estes votos assumem duas vertentes, a um mês do Natal já não há loja em que paguemos sem ouvirmos em troca bom natal e/ou similares. O pior mesmo são os beijinhos que expressam estes votos! Claro que estes não são para as pessoas das lojas que nos atendem, para ilustres desconhecidos, antes fossem. Vão mesmo é para aqueles que nos levam o ano inteiro a desgastar a paciência, como colegas de trabalho, por exemplo. Não há nada pior. É como se de uma hora para a outra e em nome do Natal tudo fizesse sentido. Todos nos tornamos boas pessoas, desculpamos e até percebemos os defeitos de um ano inteiro. Mas por pouco tempo, porque afinal o dia um de Janeiro está quase a chegar. E vai comecar tudo outra vez. Não há paciência.
Tenho saudades do tempo em que gostava do Natal. Gostava de passear por Lisboa só para ver a iluminação, gostava de fazer compras de Natal. Gostava de desejar e que me desejassem boas festas, gostava dos beijinhos do dia 23. Tornava tudo muito mais fácil. Vou tentar recuperar esse espírito. Não sei se este ano vou a tempo. É uma tarefa difícil. Muito difícil. Ainda se as prendas fossem alguma coisa de jeito....
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