Aproveito a oportunidade para desabafar. Durante muito tempo embirrei com o "bater palmas" fora do tempo. Não havia nada que me irritasse mais num concerto que era querer ouvir o que o(s) músico(s) cantava(m) e tocava(m) e não conseguir porque alguém se lembrava de bater palmas. Ou simplesmente por serem fora do ritmo. Mas isto das embirrações parece-me que são como os problemas, só são graves até aparecerem outros ainda piores. E foi o que aconteceu.
deixei de embirrar com o bater das palmas não porque o mal tivesse acabado mas porque surgiu outro ainda mais irritante. Os flashes das máquinas digitais. As luzes dos telemóveis que muitas fotos tiram durante os concertos. Alguém me explica como é que nos podemos concentrar a ouvir um concerto se estamos concentrados em enviar por MMS uma foto da actuação ou se estamos concentrados em conseguir o melhor plano. Enquanto estamos entretidos a tirar fotos seja com telemóvel ou máquina digital, estamos a perder momentos irrepetíveis, que podem até ser os mais altos da noite. Paga-se caro para ir a um concerto para nos distrairmos do "prato principal"? Não percebo... Deixo aqui uma sugestão. Durante o espectáculo aparecem uns senhores meio à socapa, cuja profissão é, em principio, fotógrafo. Esses senhores vão lá com umas máquinas fantásticas para tirarem umas belas fotos que, felizmente, mais tarde colocam na Internet e que podemos ver. Assim, não nos distraímos, e no dia a seguir pesquisamos na net e encontramos, então, as fotos. E temos o melhor dos dois mundos.
Mas não fica por aqui. Temo que esta minha embirração das fotos vá acabar bem depressa. E mais uma vez não é pelos melhores motivos. Se se verificar falarei dela mais tarde. Posso, no entanto, deixar um lamiré. Eu estava lá e vi, na fila à frente da minha, uma menina que em vez de estar a ver o concerto estava a escrever no facebook...
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