Quando se conjugam estes factores, Sexta-feira, muito trabalho, necessidade de concentração absoluta, gosto de ir trabalhar mais cedo. Gosto de começar a trabalhar antes dos meus colegas. Quando eles chegam já estou concentrada e consigo abstrair-me completamente dos disparates que vão dizendo à medida que vão chegando e porque às vezes tenho uma necessidade enorme de trabalhar sozinha. Eu, trabalho e música. Só posso pôr musica ambiente quando estou sozinha. Caso contrário entra a censura e os Velhos do Restelo em acção. E foi assim que ontem lá fui trabalhar mais cedo. Não muito mais cedo porque só estive sozinha meia-hora, o suficiente para me entregar de alma e coração ao trabalho e abstrair-me dos rituais descritos como típicos de função pública (não querendo ferir susceptibilidades, não sou eu que o digo). Voltando ao tema, estava em plenas funções quando entra pela minha sala a dentro uma colega com os decibéis muito mais altos do que eu consigo aguentar àquela hora da manhã (ou a qualquer outra hora), escandalizada porque ouviu nas notícias que "O Sócrates vai à frente do Pedro Passos Coelho nas sondagens, já viste o escândalo? os Portugueses são mesmo estúpidos". Fiquei tão surpreendida (assustada), não pela noticia mas pela forma como ela me foi veiculada. Apre. Depois da perplexidade, respondi-lhe com uma expressão que qualquer ser minimamente perspicaz teria percebido que eu não queria dar continuidade à conversa. Venha o diabo e escolha, respondi. Não sabes o que dizes, tu não estás bem, foi a réplica. Hesitei em continuar a conversa. Precisava (e queria) mesmo de trabalhar. Mas como não sou um ser amorfo, irritou-me estarem aos gritos a chamarem-me maluca logo de manhã, ainda por cima quando eu precisava desesperadamente de sossego. Foi um autêntico tiro no pé, quanto mais eu falava mais a senhora gritava. Houve uma altura em que se debruçou sobre o monitor do meu computador, ficou tão perto de mim, chispava de tal forma que eu fiquei com muito, muito medo. E tudo isto porque a senhora não sabe ouvir e só porque eu disse que estávamos sem alternativa política, achou naquela cabecinha que eu defendia acerrimamente o ministro demissionário. Eu não disse nada que identificasse a minha ideologia política, eu não disse qual era a minha intenção de voto, não defendi nenhum politico em particular, apenas acusei todos em geral. Eu queria era despachar o assunto. Eu já nem falava e a senhora continuava a gritar. O meu medo foi substituído por pena. Pena do Marido, dos filhos, dos vizinhos. Ganhei uma inimiga que só continuou a ser simpática comigo porque lhe sou a gaja que lhe pago a tempo e a horas.
Se o Actual ministro em gestão ganha as eleições temo pela minha vida. Ou não vou trabalhar dia 06 de Junho, ou levo uns tampões para os ouvidos.
foi insuportável. Esta gente que tem a mania que devemos ser marionetas das suas verdades irritam-me sobremaneira. Discutir politica ou qualquer outro assunto com aquela senhora, jamais em tempo algum. Hei-de arranjar uma saída airosa. E logo no dia em que me apetecia trabalhar! Ele há gente...
3 comentários:
Quase que aposto quem foi a Senhora Maravilha.
Eu no teu lugar também teria medo, muito medo. Mas também sei que tu és superior (de longe) a toda essa gentinha com quem tens de partilhar o espaço de trabalho.
Força!
Bacci
Mas ainda se usa ter colegas assim?
Livra...
R
É a chamada gente tóxica.
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