quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ouvi hoje, lembrei-me de vocês e apeteceu-me

Actualmente as palavras não abundam neste cérebro direccionado num só sentido. As palavras que surgem, que consigo escrever, são apenas as que estão relacionadas com o trabalho que me encontro a fazer. Mas apetece-me dizer, escrever tanta coisa. Mas não consigo. Mas como tenho vontade de dizer coisas escolho palavras de outros. Mas não de um qualquer outro. Escolhi um poema de Francisco Buarque de Hollanda, o Génio da palavra Chico Buarque. Escolhi este poema para o R, para a S, para a T e para todos os meus maravilhosos amigos. E já agora também para mim.
Vai Levando
Chico Buarque
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma
Com toda a cama, com toda a lama
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa chama
Mesmo com todo o emblema, todo o problema
Todo o sistema, todo Ipanema
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa gema
Mesmo com o nada feito, com a sala escura
Com um nó no peito, com a cara dura
Não tem mais jeito, a gente não tem cura
Mesmo com o todavia, com todo dia
Com todo ia, todo não ia
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa guia
Mesmo com todo rock, com todo pop
Com todo estoque, com todo Ibope
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando esse toque
Mesmo com toda sanha, toda façanha
Toda picanha, toda campanha
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa manha
Mesmo com toda estima, com toda esgrima
Com todo clima, com tudo em cima
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa rima
Mesmo com toda cédula, com toda célula
Com toda súmula, com toda sílaba
A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !

Gosto desta versão do Caetano Veloso e da Maria Gadú do Vai Levando:

Mas sugiro uma visita ao original, http://youtu.be/ligbgWO2C58. Vejam o Caetano, delicioso. A mudança. O vídeo é de 1978. O poema é intemporal.

Está dito!

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