sábado, 30 de abril de 2011

Futilidades & Protocolos (ou vice-versa)

Nesta semana em que fiquei em casa para trabalhar (ou fiquei a trabalhar em casa?) não acendi a televisão. Uma espécie de penitência a que me submeti. Contudo, resolvi abrir uma excepção. Fazia o intervalo para almoço às 13h para ouvir as notícias (mais outra penitência). Apesar de tudo não gosto de me afastar do que se vai passando, da realidade. Lá espreitava o Jornal da Tarde, na RTP1. Tentava adivinhar o alinhamento, e não é que, mais coisa menos coisa, lá conseguia? Ontem, lá repeti a rotina. Bati um recorde! Ao minuto 21' carreguei no botão vermelho do comando. E mesmo assim foram 21' porque a incredulidade me petrificou e nem a mãozinha conseguia mexer. O alinhamento foi: casamento Real, Liga Europa, Casamento Real e depois não sei. Para começar custa-me a aceitar que se desloquem jornalistas da chamada "primeira linha" para cobrir em directo o casamento. Deve ser caro, não? Depois a qualidade do jornalismo(?). Foi confrangedor ouvir o João Adelino Faria. Para além de todo o exagero, as patacoadas que o senhor disse! No Jornal da tarde, o jornalista enviado especial para cobrir o evento, disse: "(...)impressionante, é uma moldura humana (...) e mostra como toda esta gente está aqui para apoiar a monarquia, não para ver o casamento ou o vestido da noiva, isso podiam ver em casa (...)". João, acreditas mesmo nisso? E seguiu (não sei se estão preparados): "Este casamento é o inicio de uma nova era para a monarquia, a monarquia das redes sociais, a monarquia do príncipe e da princesa que podem ser rei e rainha do Reino Unido no inicio deste século e são os reis do próximo século." João, está bem que a esperança média de vida está a aumentar mas reis neste e no próximo século? não percebi muito bem o que querias dizer. Tudo isto aconteceu,sensivelmente, entre os minutos 15'18'' e 15'50''. É pouco tempo, e vale bem a pena ouvir. Mas continuou. Só que não fiquei a ver. Perdi o melhor, o beijo protocolar. Fartei-me de ouvir disparates e já estava com saudades de ouvir música e off. Quanto ao beijo na varanda, esse do protocolo, não me safei de o ver, não pude nem sequer muda de canal, quanto mais desligar. Estava a jantar em casa dos meus pais e, para o patriaca da familia, assistir "às noticias" também faz parte do protocolo desde que me conheço por gente. E lá jantámos tendo o Telejornal como banda sonora. A noticia dos príncipes quebrarem o protocolo e em vez de um beijo à varanda darem dois (escândalo) foi relatada pelo José Rodrigues dos Santos, com aquele ar muito expressivo, (13'30'') e entra a reportagem, é obrigatorio ouvir, com especial atenção ao tom de voz (13'50''): "(...)a plebe comportou-se como plebe e os príncipes como príncipes. E foi assim que começaram as pérolas jornalisticas. "(...)Kate e William acenaram, depois chegaram as criancinhas e o resto da familia(...)". O primeiro beijo aconteceu ao minuto 14'18'': " O contacto foi breve é certo, menos de um segundo,chocho diriam alguns(...)". O segundo beijo aconteceu logo depois(14'43''): "(..)foi mais longo e visivelmente mais intenso, dirão as más linguas(...)". Os momentos dos beijos são repetidos em slow motion, acaba a reportagem e entra o enviado especial, o João. E o pior aconteceu (17'12"), o senhor jornalista confundiu a palavra preparativos com preservativos: "(...)e para que tudo acontecesse foram necessários muitos e muitos preservativ..ãh preparativos(...)".
Foi então que fingi que estava com muita pressa, quebrei o protocolo e me levantei da mesa. Mas teve mesmo de ser, já não se aguentava. O telejornal até incluiu um peça onde estilistas portugueses comentavam o vestido da noiva.
Ontem a palavra crise foi substituida por conto de fadas!
Ontem o Jornalísmo foi substituido por um [quase] reality show!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Don't give up...

...and I won´t! Era sem dúvida a solução mais fácil e ainda para mais era legítima! Dizem... O meu orientador apresentou-me duas soluções, adiar ou ir trabalhando o que conseguir, um bocadinho todos os dias. Pois eu não quero que me legitimem nenhuma solução fácil. Não quero desistir. Já me conheço, iria ficar sinceramente frustrada. Felizmente tenho sido privilegiada no apoio. Orientador, colegas, amigos, irmão. Ainda acreditam em mim (?!). E cá estou eu a não desistir. A gozar umas mini-férias onde o tempo é repartido entre descanso, escrita, escrita e família. Sentada na minha mesa no conforto do lar, trabalho tendo como pano de fundo o azul, o azul das (algumas) minhas paredes, o azul do rio e o azul do céu. E é bom, sabe-me bem. não me custa. Estranhamente faz-me sentir uma sensação de liberdade. Não sei se terei de enfrentar um ou outro percalço, mas por agora vou continuar. E vou acabar. A tempo!
Reproduzo aqui parte de uma letra da música do Peter Gabriel, Don´t give up:
"don't give up 'cos you have friends don't give up you're not beaten yet don't give up I know you can make it good (...)
rest your head you worry too much it's going to be alright when times get rough you can fall back on us don't give up please don't give up"
O vídeo é uma versão do original interpretada por Peter Gabriel e Kate Bush, com interpretações excelentes do Bono e Alicia Keys (com ligeiras alterações/adaptações da letra):

terça-feira, 26 de abril de 2011

Patrick Watson já cá canta (cantou)

E como cantou! foi assombroso. Muito bonito. A voz dele. A voz dele e o piano. A voz dele e a banda. A voz sussurrada, emocionada, improvisada, apoteótica. Nada a apontar à banda. Músicos muito bons. Estiveram em palco músicos Portugueses, três, violinos e contrabaixo. Existia uma perfeita harmonia e cumplicidade entre o músico e a sua banda. Patrick é um excelente músico, com um aprumado sentido de humor. É tão divertido e dono de uma invejável gargalhada. Interactivo com o público. E quando assim é, impossível ficar indiferente. Foi [mais um] maravilhoso salto no escuro. Estar sentada confortavelmente na Aula Magna, acompanhada de um exímio apreciador e conhecedor de música, a ouvir Patrick Watson, num silêncio [quase, quase...] perfeito entre ele e o público, fizeram da minha noite de Segunda-Feira, 25 de Abril de 2011, uma excelente noite. Passou muito rápido. Não houve uma música que me deixasse indiferente. Este vídeo é, possivelmente, o que melhor ilustra o que se passou, grande momento:
Patrick Watson disse, no inicio do concerto, que iria tocar algumas das músicas novas. Rematou com a seguinte frase, que me fez esboçar o primeiro sorriso e da qual gostei muito por poder ser transposta para o nosso dia-a-dia: " If you don't like, just be nice". Gostámos Patrick. E fomos simpáticos, tu mereceste!
E foi assim!

domingo, 24 de abril de 2011

Proponho...

Que em vez de se fazerem manifestações a reivindicar seja o que for, em alternativa se façam flashmobs como este, ou parecido, também serve. As manifestações contra a precariedade, etc, não dão em nada. Resultado, frustram! O sentimento de frustração não é bom. Não faz bem à auto-estima. Já este tipo de flash mob, divertidíssimo, imagino que crie uma boa disposição em quem nele participa ou apenas vê. Boa disposição é o que se precisa para nos tornarmos optimistas. É que é só com optimismo que nos tornarmos pro activos e resilientes. Não é com frustração. Pessoal do facebook, organizem uma cena destas, criem um movimento "Flashmob 01 Maio" que eu alinho! A sigla pode ser FM01M.
Já consigo imaginar a Avenida da Liberdade ou Alameda cheia de gente feliz a dançar em vez de envergarem cartazes de protesto.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Hoje ouvi uma boa noticia no telejornal. É mesmo Verdade!

Pelo menos para mim e, penso que para o meu irmão também. Mas foi preciso ver o telejornal todo (modéstia à parte é preciso coragem) para saber desta boa noticia. Estava a ver uma deliciosa peça jornalística sobre gémeos (tema que vá-se lá saber porquê me chama sempre a atenção) quando ouvi :"cientistas do comportamento afirmam que quem tem um irmão gémeo não sente solidão existencial, está sempre acompanhado de alguém que o ajuda a encontrar soluções para os problemas" (ver a partir dos 11:40 minutos). Disse o Senhor, o cientista, que os gémeos têm uma radar muito sensível às emoções um do outro.
Pois é mano, podemos ter vários problemas mas da solidão estamos safos. Vês como afinal serves para mais coisas para além de me comprares (e pagares!!!) livros e CD's?? Desculpa, deve ser do radar sensível...