quarta-feira, 29 de junho de 2011

Não sei se fique triste, contente...

Hoje precisei de andar de táxi (isto de não poder e não conseguir fazer esforços com o braço esquerdo está a fazer de mim uma verdadeira dondoca). Dependendo do meu estado de espírito e dos taxistas, depende a minha vontade de ir caladita ou ir a conversar com os senhores motoristas. Hoje estava mais para o caladita, mas o senhor não deixou. Falámos de várias coisas e, justiça seja feita, (quase todas) interessantes. A dada altura da conversa fiz o seguinte comentário (mas que veio a propósito): "estou a fazer esta observação mas não sou psicóloga". O senhor respondeu: "tem graça falar nisso porque quando tive que optar por um percurso académico, um amigo disse-me que eu devía ir para psicólogo ou enfermeiro. Mas na altura eu não quis, e fui tão palerma, tão palerma que fui logo escolher ir para contabilidade. E fiz disso profissão 24 anos". Comecei a rir e ele ainda perguntou se eu também achava uma palermice, ao que lhe respondi: "O senhor não devia dizer isso, olhe que foi precisamente essa a minha escolha". Pediu-me muitas desculpas pela eventualidade de ter sido indelicado e acrescentou, ipsis verbis: "deixe lá, não se aborreça porque em contrapartida é uma pessoa muito bonita e muito simpática". Ainda lhe perguntei como é que passou de contabilista para taxista e ele disse que os números lhe estavam a dar cabo da cabeça e que percebeu que não conseguia estar fechado num escritório.
Por isso opto por vir calada. Tenho alguma aversão ao risco. E gosto de silêncio.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Gostei tanto... fez-me bem!

Sempre que ouço uma música da Marisa Monte fico nas nuvens. Especialmente quando ouço sem estar à espera. Depois apetece-me vir para casa e ouvir os CD's dela. Pela segunda semana consecutiva, a Marisa Monte foi a banda sonora da fase final da minha aulita . Foi tão fixe. A fazer ginástica no meu elemento preferido, água, com professore(s) para lá de simpático(s) e fazer o relaxamento ao som de MM deixou-me tão sossegadita. Não consigo explicar mas é das poucas cantoras que tem um efeito maravilhoso em mim. É um perfeito ansiolítico. Se o estado Zen existe é assim que eu fico. Hoje foi esta:

terça-feira, 14 de junho de 2011

A hora do silêncio

Existe um Decreto-Lei que regulamenta o horário dos períodos de ruído, ou seja, limita as horas em que se pode fazer (e ouvir) ruídos. Normalmente associamos esse Decreto-Lei ao "barulho das obras" e quando um vizinho nosso faz obras sacamos logo do conhecimento e dizemos "mas só pode fazer até determinada hora". E depois ficamos sempre à espera que o mesmo meta a pata na poça e ameaçamo-lo com a legislação. Já aconteceu comigo. Em ambos os sentidos. Já fui a vizinha das obras e já fui a vizinha do Decreto-Lei. E tive de o ler.
Hoje, ao meu serão, tenho estado a tentar-me recordar do que li. Gente a falar [muito] alto, televisões com o som [quase] no máximo não fazem parte de nenhum artigo. Se fizessem, hoje era outra vez a vizinha do Decreto. É que estou aqui no sossego do meu lar e ouço os diálogos todos da(s) telenovela(s). Não sei qual. Deve ter entrado água nos ouvidos da minha vizinha. De vez em quando acontece-lhe. Para além da falta de silêncio, a minha vizinha de baixo pensa sempre que sou eu. Ainda assim prefiro sofrer de má reputação do que por causa de barulho.
Ai se um dia destes me dá para me vingar...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Miscelânea ética

Não sei bem o que lhe hei-de chamar. Mas palavra que acho piada, são cenas giras.
O Futuro Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, não quis debater nas televisões com um seu concorrente, O Dr.Garcia Pereira. Não se sabe exactamente quais foram os motivos, o PSD alegou falta de tempo, mas a mim ninguém me tira da cabeça que o facto do Dr.Garcia Pereira ser advogado do Dr.Pedro tem algo a ver... Eu teria gostado de ver.
As declarações da Dra.Ana Gomes sobre o Dr.Paulo Portas levaram o mesmo a recorrer ao seu advogado para análise das mesmas e ver se existe matéria de facto. E quem é o advogado do Dr.Paulo Portas, esse mesmo, o Dr.Garcia Pereira.
Fico confusa. Para governar o país este senhor, o Dr.Garcia, debateu-se por ideologias opostas às dos seus clientes e contra os mesmos. Agora no que diz respeito a defendê-los, as ideologias políticas vão à vida dando lugar às ideologias monetárias. Este Dr.Garcia Pereira deixa-me baralhada. Primeiro não entendo porque é que desde pequena o vejo a candidatar-se seja a que cargo for. Depois porque é de um partido um bocado demais à esquerda ideologicamente e demasiado à direita profissionalmente. Será ingenuidade minha mas é possível existir compatibilidade? É possivel ter-se o coração à esquerda e a carteira à direita? Se calhar sou eu a embirrar.
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Adenda:
Quero retratar-me e pedir desculpa ao Dr.Garcia porque fiquei hoje a saber que o Dr.Não aceitou ser o advogado do Dr.Paulo. Fui precipitada, é certo, julguei o senhor antecipadamente, isso é feio. Há noticias que se digerem primeiro. Não foi o caso. Os jornalistas também não ajudaram. Deram logo como certo.
As minhas desculpas Dr.Garcia, o senhor é um homem vertical.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Afinal o que é que se passa??

Há pouco mais de 48h atrás estava a trabalhar precisamente onde estou agora, fazia calor, janela aberta, a apreciar a vista. Hoje, o único factor comum é que estou a trabalhar. Janela aberta nem pensar. Mais, tive de ir ao armário buscar uma mantinha (leve é certo) para por nas pernas porque não se aguenta o frio. O que é isto? Não estou para me sujeitar a estas variações térmicas. Dois, três graus ainda se aguenta, 10 graus nem pensar. Uma pessoa já tem de lidar com uma série de contratempos, Internet lenta, falta de inspiração, vontade de comer a cada três/quatro linhas de texto e agora mais esta do frio.
Para a semana estou a queixar-me do calor, já imagino, vai estar um calor insuportável. Estamos na era do 8-80, preto-branco. Não há cá meias medidas!

sábado, 4 de junho de 2011

Sufjan Stevens - O [desconcertante] Concerto

Quase tudo o que aconteceu no dia 31 de Maio no Coliseu dos Recreio eu não estava à espera. O que estava à espera era de Sufjan Stevens e as suas belíssimas músicas. Mas não foi só isso que aconteceu, embora esses sejam os ingredientes necessários e suficientes para um concerto. Só que o que Sufjan Stevens nos trouxe não foi só um concerto. Foi mais. Já esperava que fosse [muito] bom porque adoro a voz dele, as letras das músicas, a sonoridade. Se tivesse que escolher uma só palavra para o descrever escolheria Inesperado. Se pudesse escolher duas escolheria maravilhosamente inesperado ou surpreendentemente inesperado. Foi, realmente, um concerto diferente. Não foi só música. Foi muita luz,um espectaculo de côr, foi teatralizado. Ele colocava "adornos" de acordo com a mensagem que queria passar. As Músicas passavam de susurradas a apoteóticas. Os meus olhos poucas vezes se desviaram do palco. Gostei de todas as músicas. Do Último albúm, The Age of Adz, talvez (não consigo decidir) a minha preferida tenha sido I Walked. Tem uma letra lindíssima e ao vivo é brilhante:

(...)Lover, will you look at me now?
I'm already dead to you
But I'm inclined to explain
To you what I could not before
Whatever you didn't do, what you couldn't say
I am sorry that the worst has arrived
For I deserve more
For at least I deserve the respect of a kiss goodbye(...)

Depois do encore, que verdade seja dita demorou muito apesar de ter percebido porquê, o senhor foi trocar de "personagem". Trocou de roupa e apareceu para aquilo que, convencionalmente, é um concerto normal. Só que nem no encore foi normal. Tocou três musicas do lindíssimo Illinoise, a última, a mais conhecida, terminou o concerto desta forma ESPETACULAR:

E ficava aqui toda a noite a falar do concerto e a por videos. Mas fica a lembrança. A lembrança de mais uma noite de música ( e não só) magnífica. Quem te viu Sfujan, com aquela cara de menino do coro, jamais podia imaginar a metamorfose que se passou em palco. Como é bom ser surpreendida!

Irrita...

Este post vem a propósito do magnífico concerto que fui ver a 31 de Maio. Apenas o faço separadamente porque cenas más não são para escrever conjuntamente com a minha opinião ao concerto. E quais foram as coisas más? A primeira não me permitiu desfrutar do concerto da sua plenitude. Não é só nestas situações que isto acontece. É o maldito exagero do ar condicionado. Passei duas horas e meia a tiritar, os ossinhos doíam-me todos. Dez minutos de ar condicionado têm o mesmo efeito em mim do que um litro de água. E mais não digo!
Agora a audiência. Meus caros, os cantautores, não se limitam a debitar músicas, um "boa noite Lisboa" e um "obrigada" para agradar à plateia. Eles gostam muito de falar. Explicam a música, o que os levou a compor aquela(s) música(s), contam histórias. Conversam. E ainda bem. Foi por terem esta característica que passei a gostar mais dos que vi e ouvi. Por isso, é de muito mau tom, é de mau gosto, mandar calar um músico com um "cala-te e canta". É que quem fez isso (foram muito poucas pessoas felizmente) não só não respeitaram os músicos como também não respeitaram os seus pares que queriam ouvir o que o senhor tinha para nos dizer. Se é só para ouvir música, comprem o(s) albúm(s) e fiquem em casa a ouvir. Também já se vendem uns DVD's com actuações ao vivo muito bons. E assim não chateiam.
Outra coisa, sejam mais comedidos a bater palmas. Às vezes parece que a música acabou mas não, o artista está a esmerar-se para ter um final da interpretação apoteótico que é estragado pelo bater antecipado de palmas.

E agora O Concerto...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Devaneios

Não tenho aspirações de poder, mas gostava de mandar só uma vez (de vez em quando) para poder instituir algumas regras e até Leis. Munida dos devidos poderes regulamentava o acesso à hora da sesta. Proponho uma dissertação sobre o tema. Eu voluntario-me para ser o case study.
Se eu pudesse dormir, vá lá, 30 minutos que fossem, conseguiria ser mais produtiva do que não o podendo fazer. Já me conheço, quando este sono se me desponta não há nada a fazer, os meus índices de produtividade vêm por ai abaixo. se me fosse oferecida a possibilidade de eu poder dormir um pedaço, a seguir trabalhava como se não houvesse amanhã. A empresa é que perde. Falta de visão de Liderança, é o que é!
Tenho de ir, vou descansar um bocado (I Wish) mas volto logo porque tenho mais duas cenas para falar. Um desabafo e o relato de uma cena MAGNÍFICA.