sábado, 4 de dezembro de 2010

Gostos discutem-se!

Um dos métodos a que recorro para revivificar é passear por Lisboa. Adoro passear pelo centro da cidade, descer até ao rio e parar no Cais das Colunas. Gosto de descer a Rua Augusta, chegar à Praça do Comércio e ali ficar a olhar. Atravesso a Praça. Tem uma luminosidade muita bonita que, penso eu, em parte se deve à sua proximidade com o Rio.
Tenho muita pena que tenha estado tanto tempo em obras. Ainda há obras nas proximidades, ainda se vêem tapumes. Na praça, os senhores que mandam, acabaram as obras à pressa, acho que foi por causa de uma missa Papal. Vai daí, como era muito caro manter a belíssima Calçada à Portuguesa, encheram o piso de pedra mármore e lá ficaram escondidas aquelas belas figuras. Mas foi só de um lado, do lado onde foi preciso montar o palco para a tal missa, porque do lado oposto, os senhores que mandam, acharam que ninguém via, ou foi o mármore que não chegou, e lá ficou um pedaço de Calçada descoberto. Talvez esses senhores tivessem pensado, "embora lá deixar este bocado de Calçada à vista para as pessoas verem a porcaria que fizemos".

Como é que alguém pôde pensar que o mármore é mais bonito? Foi por ser uma solução mais barata? Não me parece! E não me parece porque uns meses depois, esses mesmos senhores que mandam, resolvem gastar dinheiro numa obra de arte que supostamente deveria tornar a Praça ainda mais bonita!

Num desses passeios, ao chegar à praça, deparei-me com um recipiente tamanho gigante, cor azul claro, que me fez lembrar uma piscina. Pareceu-me tão deslocado de tudo! feriu-me a vista, confesso. Um dia resolvi ir ver de perto, tentar descobrir o que era aquilo. Pois, ignorância minha, é uma obra de arte! Chama-se "Portugal a Banhos" e é da Joana Vasconcelos. Mas não gosto! Não fica bem, não fica a condizer e é feio! Costumo gostar do trabalho da artista, mas este e naquele lugar não gosto e irrita-me! Grave é que, para que a obra de arte se mantenha ali firme e hirta, é necessário uma estrutura de suporte horrorosa e isso também me enerva!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Guilty pleasures

Tenho um volume de trabalho que já não cabe na definição de razoável. Tenho também uma ou outra tafera-que-não-prazer que não podem ser adiadas. É sexta-feira. E eu desde as 9.30h que penso em sair daqui, acabar o que deixei por fazer em casa, dormir! Só penso nos meus edredons e no quão rápido eles aquecem. Penso ainda numa chavena deliciosa de chocolate quente. Em duas chávenas. Não param de me vir à cabeça os croissants da pastelaria mesmo aqui ao lado.
Pudesse eu ir, neste momento, para a minha maravilhosa e saudosa cama, com uma generosa chávena de chocolate quente e um croissant, vá lá, simples, e era de certeza uma pessoa muito feliz. Não podendo, vou continuar a trabalhar e ser uma pessoa responsável. Também é bom.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nunca estou preparada

Existem realidades para as quais, por mais incontornáveis que sejam, nunca hei-de estar preparada!

(aqui)

Não sou pessoa para dedicar muito do meu tempo a dormir, felizmente não tenho necessidade de dormir muitas horas. Uma coisa é dormir, outra coisa é o abandono diário, brusco e violento, do conforto da minha cama. Chegado o mês de Novembro custa-me o abandono do Outono, outra área confortável. É difícil quando muda a hora, começo a pensar na proximidade do Inverno. Quando acordo uma hora, ou uns minutinhos que sejam, antes do despertador tocar, penso logo que ainda tenho mais um tempo antes de tomar a decisão definitiva para me levantar. Fico tão feliz. É o que penso antes da chegada do Inverno. Ainda falta uns dias, que bom. Mas é inevitável. E desconfortável. E não Gosto. Haverá cura?

domingo, 14 de novembro de 2010

Um dia volto a fazer uma caminhada... Ontem foi o dia!

Gosto muito de andar a pé pela cidade, ver pessoas, sítios, descobrir novos lugares, novos recantos. É bom e divertido embora não seja tão desafiante como passear pelo campo. Numa caminhada no campo não se pode desistir ao mínimo sinal de cansaço, é para levar até ao fim. Quando se parte para uma destas caminhadas, o percurso é previamente definido, quando vamos já sabemos ao que vamos. Não podemos voltar atrás, desistir. Por isso é mais desafiante do que caminhar na cidade. Na cidade podemos parar num café, apanhar um autocarro (ou outro meio de transporte) ao menor sinal de fraquejo das pernas. Gosto muito de fazer caminhadas. Daquelas caminhadas que nos põem em contacto com a natureza, daquelas que nos fazem sentir que estamos a ultrapassar obstáculos, daquelas que nos desafiam a chegar ao fim. Inspirar verde, terra molhada. Gosto das árvores, das folhas, das plantas, das flores. Gosto das pedras, gosto de cair, gosto de conseguir. Já tenho um currículo de caminhadas razoável. Por vários motivos estive mais de um ano sem as fazer. Não houve oportunidade. Mas sabia que ia voltar a fazer, e precisava! E esse dia foi ontem. E foi tão dificilmente divertida.
O percurso começou na Cidade Romana de Ammaia, situada no Parque Natural da Serra de S. Mamede, concelho de Marvão. O destino era o Castelo de Marvão. Do sítio onde começámos, olhei para o Castelo e pensei, mas como é que estando aqui vou (vamos) conseguir chegar lá cima! A meio do percurso alguém nos há-de vir buscar! pois...
A foto onde se vê (bem longe) o Castelo de Marvão foi tirada já depois de um/dois kilómetros do inicio da caminhada. E o zoom da máquina estava no máximo. Foi mesmo a pé que lá cheguei!

Entretanto, até lá chegar foi assim:

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

E a Aula Magna quase vinha abaixo...

... tal não foi o estrondoso concerto dos Broken Social Scene.
A insegurança do que não se conhece leva-nos apenas a movimentar em terrenos conhecidos. Não arriscamos e preferimos o que achamos que vai ser a receita do sucesso. Muita coisa pode passar-nos ao lado, se assim for. Era o que teria acontecido comigo caso não tivesse ido ver o concerto desta magnífica banda Canadiana. Normalmente, só vou a concertos de músicos que conheço. Mas as excepções foram verdadeiras surpresas. E Broken Social Scene foi mais uma. Conhecia apenas três, quatro músicas. Com o bilhete comprado há algum tempo, lá fui eu de mente aberta mergulhar no praticamente desconhecido. O meu irmão, fã da banda, estava preocupado porque os nossos lugares eram na primeira fila e achava que eu não ia gostar, que eles iam fazer muito barulho. Quando tocavam aquelas músicas mais potentes, com não-consegui-contar-quantos instrumentos, perguntava "é muito barulho?" Diz ele que é fã, pois... e chama a música de barulho! Eu sei que era preocupação, afinal tinha estado com dores de cabeça, mas chamar barulho ao que se estava a passar em palco... Foi muito bom, gostei das músicas todas, não houve uma altura em que arrefecesse, ou que tenha ficado morno sequer. A plateia rendeu-se. Eles foram simpáticos, honestos, charmosos e cativantes. Numa música, o vocalista, veio sentar-se na primeira fila, foi muito fixe!
Apetece-me colocar os videos todos que estão disponíveis. Vou começar por um cuja música nunca tinha ouvido e adorei:

Esta também foi muito bem tocada:

E foi o maravilhoso concerto dos Broken Social Scene. Mais uma noite muito bem passada, mais uma vez na Aula Magna. Ainda bem que quis dar o salto no escuro! Foi muito bom.

sábado, 6 de novembro de 2010

Eu gostava de ouvir...

Belle & Sebastian - I Want The World To Stop. É o novo single da banda Escocesa. Quando a ouvi pela primeira vez pensei, é bonita, é Belle and Sebastian, sem dúvida. Mas, e já depois de a ter escutado várias vezes, fez-se "um click". Estava a passar no rádio, dei-lhe a atenção devida e merecida e deparei-me com esta bela música:
"(...)I want the world to stop (I want the world to stop) Give me the morning (give me the understanding) I want the world to stop (I want the world to stop) Give me the morning, give me the afternoon The night, the night Let me step out of my shell I'm wrapped in sheets of milky winter disorder Let me feel the air again, the talk of friends The mind of someone my equal I want the world to stop… (...)"

Fui ver esta simpática e magnífica banda em Julho de 2006. Foi uma surpresa e tanto. Um concerto magnífico. São merecedores de uma especial atenção. Vão ser a minha banda sonora do fim-de-semana.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Posso dizer a frase?

A lembrar tempos longínquos, quando a publicidade era feita por frases pomposas, eis que, enquanto o autocarro estava parado em mais um semáforo, me deparei com a seguinte montra:

É publicidade recente. Estaremos perante um revivalismo na publicidade? Se for esse o caso seria boa ideia uma versão século XXI de quando o telefone toca. Sim, porque esse legendário programa só terminou porque a publicidade passou a ser feita noutros moldes. Acabaram-se as frases em rima.

Foi bom estar atenta. Valeu a pena ter obrigado o meu irmão, debaixo de chuva intensa, a saltar do carro para tirar a fotografia. Diverti-me quando vi a frase e diverti-me mais ainda por o meu irmão ter ido na minha conversa, trabalhava à chuva enquanto eu regozijava dentro do carro.

Só aqui!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Já Chega, não????

Fotos daqui e daqui

Quando apareceste achei alguma graça. Sentia-me uma personagem de banda desenhada. Habituaste-te à minha companhia e agora está dificil fazeres-te à vida! Eu percebo, sou simpática, boa companhia. Mas se procurares bem há pessoas mais simpáticas e que te podem fazer melhor companhia do que eu. Desculpa dizer-te mas já chateias. Já não tenho paciência. Devo ainda dizer-te que, apesar de em alguns momentos teres levado a melhor, no fim serei eu seguramente a vencedora. Por isso desaparece, deixa-me em paz.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Um Pássaro à solta na Aula Magna

Gosto de música (e ao vivo), a Aula Magna é a minha sala preferida para concertos, gosto de pássaros. Juntaram-se estes ingredientes a 07/10/2010 e tivemos uma (mais uma!) brilhante actuação de Andrew Bird. Andou à solta, pareceu-me, pelo que me foi dado a ver no decorrer da sua actuação, porque não o senti preso a qualquer alinhamento. Este concerto não fazia parte de nenhuma digressão, o objectivo não era promover nenhum álbum. Esteve a passar duas semanas em Lisboa, segundo o próprio, a tentar ter rotinas, e os amigos a convite de quem ele esteve cá desafiaram-no para um concerto. Andrew aceitou e ainda bem! Foi um concerto para amigos. Antes de começar a tocar disse que ia tocar musicas novas, que andava a compor para o seu próximo álbum, por estas estarem mais em harmonia com o seu estado de espírito actual. A meio do concerto disse que se sentia pressionado a tocar algumas músicas antigas por sentir que a plateia queria ouvir algumas músicas conhecidas. Uma dessas músicas foi precedida pelo seguinte comentário (tradução praticamente fiel da autora): "outro dia estava a ouvir rádio e tocou esta música, eu pensei, se passa na rádio talvez gostem". Foi esta (gosto tanto!!!):
Foi um belo remédio para a alma. Foi também um belo ansiolitico. Que bem, que calmo se fica a ouvi-lo cantar, o seu violino, o assobio, a forma como ele se relaciona com a música. É de uma honestidade desarmante. Mesmo muito bom!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Já falavam de outra cena, não? Só assim p'ra variar

Não sofro do "síndrome da Segunda-Feira". Pelo menos gosto de pensar que não. O que não gosto à Segunda é exactamente o que não gosto nos outros dias: o tocar do despertador, o levantar cedo. Não gosto de nenhum dia útil antes das 10h/11h. À segunda não é pior, pelo contrário, tenho a mania de ter esperança renovada e pensar "esta semana vai correr melhor que a anterior". Mesmo que a anterior tenha corrido bem. Digamos que o Domingo e a Segunda-Feira estão para mim o que para alguns está o dia 31 dezembro/01 Janeiro, numa dimensão mais reduzida, claro!
Há, no entanto, um fenómeno que, ou ao qual eu me torno imune ou deixo de gostar de vez das Segundas! E tenho tentado fingir que não ouço, mas já não consigo! Não há um espécime do sexo masculino que não fale de futebol! não há paciência, não há estômago. No emprego, as duas/três primeiras horas já ninguém lhes tira. É comentários à jornada, a todos os jogos, a todos os jogadores, aos árbritos, aos massagistas. Até falam de jogos de mil-novecentos-ainda-eu-não-era-nascida! Lá para as 11.30h/12.00h a minha cabeça tem sossego. Falam alto. Uma hora depois vou almoçar e em jeito de replay, mais comentários à jornada do fim-de-semana. Já experimentei todos os restaurantes das redondezas e há sempre gente opiniosa a falar de futebol. Como à pressa. Venho passear para o jardim, afinal preciso de descansar a cabeça, vejo gajos giros, fico contente, passo perto deles e de que falam? futebol! Venho para casa e no autocarro alguém se lembra de fazer mais um comentáriozinho. Mas piora, porque Segunda-feira à noite na TV passa sempre o último jogo da jornada o que faz com que na Terça a história se repita. Não é com a mesma animosidade, é verdade. Podem falar de futebol, mas um bocado menos, ok? É que há vida para além disso...há mesmo, a sério!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia mundial da música

Hoje é o dia mundial da música. Se há arte/forma de expressão /assunto que mereça ter um dia mundial é a música! Seja qual o género que se goste a música faz-nos falta. Ocupa um lugar muito importante na minha vida. No meu primeiro emprego, por todas as salas que passei havia um rádio. Nem sempre gostava da selecção musical mas não havia muito a fazer, afinal estamos em democracia. Quando fui para uma sala só para mim podia escolher, eu era a DJ de serviço. Trabalhar, estudar ao som de música nunca foi problema, pelo contrário ajudava. Entusiasmava a continuar a jornada. Quando mudei de emprego, no Top 5 das ponderações, estava entre os primeiros, a seguir ao ordenado e localização, a possibilidade de poder continuar a ouvir música enquanto trabalhava. Não me imaginava não o poder fazer. Não é assunto que se aborde na entrevista! Género, oferecemos-lhe não-sei-quantos-euros mês, o seu horário é 11.00h/16.00h e pode trazer rádio/leitor de CD’s para o locar de trabalho. Ouvir com auriculares não é a mesma coisa. Para além de que não me parece que seja apropriado. Mudei de emprego e os primeiros dias de trabalho, aqueles em que estamos a tentar que gostem de nós foram angustiantes. Nem uma musiquinha. Mas as coisas mudaram e lá voltei a ser DJ. Tudo isto para dizer que viver sem música é muito difícil. Tirem-me o café de manhã, os chocolates, o cheesecake, os gelados, mas deixem-me ficar com a Marisa Monte, o Rufus Wainright, Os kings of Convenience, o Andrew Bird, o Ed Hardcourt, o Sérgio Godinho, entre tantos, tantos outros. Pensei que seria engraçado escolher uma música para assinalar a efeméride mas gosto de tantas, não se destaca uma destacam-se muitas. Não consigo eleger “a música”. Foram tantas as que me marcaram ao longo da minha existência, desde as pirosadas(?) que ouvia na adolescência até à selecção actual , que seria um trabalho muito moroso. Podia escolher uma por "fases da vida" mas não. Seria injusto para as que ficavam de fora. A propósito do dia mundial da música fui assistir a uma conferência, de Andrew Bird, intitulada “Pensamentos e Emoções, Desdobrando a Canção. Andrew Bird explicou onde vai buscar inspiração para compor, os sentimentos que o levam a produzir aquele estupendo resultado final. Tocou músicas do seu próximo álbum. Foi muito interessante ouvi-lo.
Como Andrew Bird é um dos cantautores que mais gosto e comovida por ele escolher Lisboa como inspiração para o seu próximo álbum e também porque no próxima dia 07 o vou ver ao vivo, deixo um pequeno excerto do grande momento no São Luiz.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cenas que já sabemos mas teimamos em esquecer

Fui ver um filme em que a personagem principal representa uma mulher insatisfeita. Nunca se dá por contente com o que a vida lhe reserva. Uma amiga diz-lhe que existem coisas que ela vai ter de aprender a aceitar e outras vai ter de aprender a renunciar. Ela responde, “e se eu não quiser renunciar a nada”? Resposta da amiga: “então estás lixada”. Já todos sabemos esta verdade. Mas não faz mal nenhum lembrar de vez em quando… às vezes esqueço-me! Quando me lembro, fico mais serena. Ainda bem que fui ver o filme!

Dose dupla

Depois de ser brindada com a presença de Albano Jerónimo em tão brilhante anúncio televisivo (ver post anterior, nunca é demais…), tive a oportunidade de o ver ao vivo no seu igualmente brilhante desempenho na peça de teatro “um eléctrico chamado desejo”. Não é o Albano polidinho do anúncio, a personagem, de tão bem interpretada, quase me faz gostar um bocadinho menos dele. É rude, trata mal a mulher. Texto muito bonito, encenação estupenda e actores muito bons, e aqueles dois segundos em que o Stanley troca de camisola são muito bons…

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Gosto de publicidade...pudera!

Gosto de publicidade. É verdade, não me faz mudar de canal. Aprecio a criatividade de alguns anúncios, irritam-me outros, mas gosto de ver. De vez em quando aparecem uns que não só não me fazem mudar de canal como me deixam ansiosa pelo intervalo... é que ver certos anúncio em ecrãs com muitas-e-tal polegadas...
É o caso do anúncio a seguir. Deveria ser publicidade a passar no cinema! Já me imagino a vê-lo em ecrã gigante. uma palavra: Maravilhoso. Vejam bem entre os segundos 44 'e 49' até fala comigo!!
(ver em full screen)
Um especial agradecimento aos criativos desta campanha pela excelente escolha!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Já que estamos a falar de concertos...

Aproveito a oportunidade para desabafar. Durante muito tempo embirrei com o "bater palmas" fora do tempo. Não havia nada que me irritasse mais num concerto que era querer ouvir o que o(s) músico(s) cantava(m) e tocava(m) e não conseguir porque alguém se lembrava de bater palmas. Ou simplesmente por serem fora do ritmo. Mas isto das embirrações parece-me que são como os problemas, só são graves até aparecerem outros ainda piores. E foi o que aconteceu.
deixei de embirrar com o bater das palmas não porque o mal tivesse acabado mas porque surgiu outro ainda mais irritante. Os flashes das máquinas digitais. As luzes dos telemóveis que muitas fotos tiram durante os concertos. Alguém me explica como é que nos podemos concentrar a ouvir um concerto se estamos concentrados em enviar por MMS uma foto da actuação ou se estamos concentrados em conseguir o melhor plano. Enquanto estamos entretidos a tirar fotos seja com telemóvel ou máquina digital, estamos a perder momentos irrepetíveis, que podem até ser os mais altos da noite. Paga-se caro para ir a um concerto para nos distrairmos do "prato principal"? Não percebo... Deixo aqui uma sugestão. Durante o espectáculo aparecem uns senhores meio à socapa, cuja profissão é, em principio, fotógrafo. Esses senhores vão lá com umas máquinas fantásticas para tirarem umas belas fotos que, felizmente, mais tarde colocam na Internet e que podemos ver. Assim, não nos distraímos, e no dia a seguir pesquisamos na net e encontramos, então, as fotos. E temos o melhor dos dois mundos.
Mas não fica por aqui. Temo que esta minha embirração das fotos vá acabar bem depressa. E mais uma vez não é pelos melhores motivos. Se se verificar falarei dela mais tarde. Posso, no entanto, deixar um lamiré. Eu estava lá e vi, na fila à frente da minha, uma menina que em vez de estar a ver o concerto estava a escrever no facebook...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Mais uma noite bem passada

Um concerto de Caetano Veloso é sempre uma receita de sucesso para um momento (muito) bem passado. Contador de histórias melodioso, harmonioso, maravilhoso.
Fui ver o concerto de Caetano sem expectativas quanto às músicas que iria tocar. Não só neste concerto mas em todos os outros que vejo, aprendi que não devemos ir à espera desta ou daquela música. Ficamos com as expectativas defraudadas caso não as ouçamos. Se por outro lado não estivermos à espera de nenhuma música em particular e, caso faça parte do alinhamento, então sim, sabe lindamente. E quantos mais anos de carreira um músico (uma banda) tem, mais esta teoria se aplica. Longa carreira implica muitos êxitos, muitas músicas que esperamos ouvir. Caetano é um grande exemplo disso. Se quisermos ouvir todos os seus clássicos teria de ser um concerto de uma semana e não de uma noite. Caetano escusava de fazer álbuns novos para tocar músicas ao vivo. Poderia continuar a dar concertos sem se preocupar em fazer músicas novas, novos arranjos e até inventar novos estilos musicais, o que foi o caso deste último álbum que em entrevista apelida o género musical do álbum Zii e Zie de «transambas e transrock». Mas não, com 68 anos este Senhor ainda faz concertos para promover material novo e diferente, o que representa a capacidade de reinvenção que tem. Fantástico. Lá fui então desprovida de expectativas quanto ao clássico que gostava que ele tocasse e garanto que não pensei em nenhum em particular. Adorei o concerto, gostei das músicas novas, gostei do transamba, gostei dos clássicos e saí a ganhar porque tocou uma das minhas músicas preferidas dele :

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Três passarinhos

Três passarinhos entregaram-me esta mensagem. Dedico esta música a uma das três pessoas que lêem o meu blogue com (alguma) regularidade. É uma dedicatória e um desafio. Fazer desta música a banda sonora dos próximos dias (tempos), vamos nessa? sim, sim é para ti!
"(...)Rise up this mornin',
Smiled with the risin' sun,
Three little birds
Pitch by my doorstep
Singin' sweet songs
Of melodies pure and true,
Sayin', ("This is my message to you-ou-ou:")
Singin': "Don't worry 'bout a thing,
'Cause every little thing gonna be all right."
Singin': "Don't worry (don't worry) 'bout a thing,
'Cause every little thing gonna be all right!"

É por isto (e muito mais) que eu gosto tanto de passarinhos!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Conversas de autocarro #4

Sabedoria popular ao mais alto nível: -epá tu és mau, és duro... -tem de ser, não nos podemos ficar... -bolas, mas tu também é uma no cravo outra na fechadura (sic) ??? este eu não conhecia....

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sono... Muito sono...

uma vez disseram-me que o bocejo é um sinal que o cérebro emite quando precisa de oxigénio. A ser verdade, o meu cérebro hoje está com uma falta de ar extraordinária! Bati o recorde dos bocejos e costumo ser muito boa nesta matéria. Para mim não é falta de ar, é sono puro e duro. Fui atacada e não sei como me defender. Já tentei de tudo! O café, que é um mito, pois só funciona quando não deve, bebi muita água, ouvi música, gozei com os colegas de trabalho (costuma funcionar muito bem gozar com as pessoas para espevitar), até fui à piscina na hora de almoço. Esforcei-me. Tomei banho com água fria, tal não é o desespero. Pois continua! Tenho toneladas de sono e não paro de bocejar. O pior é que como tenho de por a mão à frente da boca quebra o ritmo de trabalho! Se é que hoje tenho ritmo... tenho trabalho, esse sim agora ritmo, só maxilo-facial e de braço direito para esconder o tramado do bocejo. Já foi mais um café. Melhoras? não! Estou assustadíssima com o volume de trabalho que tenho e nem assim... de uma coisa tenho a certeza, logo quando quiser dormir não hei-de ter sono nenhum! vai passar! até lá tudo para onde olho me parece uma almofada. Falta muito pouco para experimentar se estes montes de papeis que me rodeiam são bons para encostar a cabeça. Há dias assim, mas este, bolas!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Conversas de autocarro #3

Ontem o regresso a casa via transportes públicos foi particularmente difícil. Penso que se ficou a dever ao facto de as pessoas terem muita pressa para ir ver o jogo de futebol entre Portugal e Espanha. Saímos dos empregos todos à mesma hora e, sempre que tal sucede, o trânsito e transportes ficam impossíveis. Para quem se desloca em autopróprio é mau porque fica mais tempo em filas. Liga-se o rádio, ouve-se uma música e tenta-se descontrair. Quem vem de autocarro fica também mais tempo em filas mas não pode ligar o rádio (a não ser que se tenha um MP3 ou similar para estas ocasiões) e, para piorar, vêm com demasiada gente! Nestas alturas a expressão "sardinha em lata" ganha sentido. E gente opiniosa! Falam, falam, e alto! Reprodução (não fiel nas palavras mas fiel ao conteúdo) de uma conversa: -"pois, retiram carreiras, não nos avisam e depois temos de andar nestas condições" -"mas que carreiras? a carris alterou alguma coisa?" -"não sabe, o 718 alterou o percurso, já não passa nesta paragem" -"não sabia. O que sei é que desde que alteraram para as carreiras setecentos isto só piorou" -"isto não tem nada a ver com o setecentos (muito indignada), o setecentos é uma maneira de eles dizerem que os autocarros fazem as sete colinas. Isso do setecentos não infecta nada!" Infecta? o setecentos não infecta? e os que ainda não são setecentos infectarão? Ainda bem que existem estes momentos de humor, sempre amenizam o regresso a casa...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Campeonato do mundo de futebol e danos colaterais....

Ele é na TV, na Rádio, no Metro e, pasme-se, em toques de telemóveis. Não há como fugir a "I've got a feeling" dos Black Eyed Peas. Esta música é a galinha dos ovos de ouro desta banda. Só o que eles devem de receber em direitos de autor pelas vezes que a música passa desde que foi adoptada como hino da selecção portuguesa de futebol... Até o maior dos incautos já deve ter tropeçado na música. Já não se aguenta.
Não tão grave, até porque já se passou o mesmo em anteriores campeonatos europeus e mundiais e, de certa forma, já estamos habituados, mas igualmente irritante, é o hastear das bandeiras nacionais nas janelinhas. Pensava que era só na era Scolari mas não.
Pior! Ontem vi na TV, não me lembro exactamente do anúncio dado o adiantado da hora conjugado com o estado de alienação, um apelo ao uso das bandeiras e, agora é que vem o pior, ao uso da Vuvuzela. E o que é a Vuvuzela? É uma corneta, com cerca de um metro de comprimento, normalmente usada pelas claques de futebol na África do Sul. Até aqui nenhum problema, até porque faz todo o sentido, dado que é onde vai decorrer o campeonato do mundo de futebol. Nada como costumes locais para nos apercebermos da cultura de um país.

O problema é que este instrumento de som, por definição, requer um sopro forte, de modo a emitir um ruído semelhante ao de uma sirene ou ao de um elefante.
Não consigo imaginar os estragos que podem causar o uso massificado da Vuvuzela.
Quase que já consigo gostar de "I've got a feeling".
Para quem tiver curiosidade, mas se não tiverem a bem vão ter a mal, aqui fica um vídeo, bem disposto, do que é a Vuvuzela. Se quiserem saber como é o som que emite, saltem para o minuto 1.45.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ambientes

Tenho de fazer um trabalho. Não tenho muita vontade. Pudera, ao fim de anos está bom tempo e eu tenho de ficar em casa a trabalhar. Tem de ser. Nada de lamentações e toca a trabalhar. Abro a janela, está lusco-fusco, vejo o rio, o cair da noite magnífico. Ligo o rádio, está a dar uma música que adoro. Ambiente perfeito para uma noite produtiva. Vai ficar bom o meu trabalho.

Este era um senhor que eu gostava muito mesmo de ver, ouvir, ao vivo! isso é que era!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Boa notícia

Significa que é mais remota a possibilidade de eu vir literalmente a morar debaixo da ponte!
E que também a escola onde andei e passei os melhores e mais felizes momentos da minha adolescência se vai manter de pé. Por isso, sem uma análise - merecida- aos motivos económico e politicos, é uma excelente noticia.
Acredito, que ultrapassada esta crise, e que se um dia António Costa chegar a Ministro, se volte a falar na terceira travessia do Tejo. Até lá vou acreditar que vou abril a minha janela e que tudo vai continuar como está... para sempre!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Conversas de autocarro #2

Senhora nº.1: "bolas, até no autocarro sou obrigada a ver fotografias daquele nazi!" Senhora nº.2: "então? mas tu não vais ver o Papa?" Senhora nº.1: "eu?! Deus me livre!" ....

sábado, 8 de maio de 2010

All these poses such beautiful poses

Fonte: daqui
Se a minha memória não me trai, a primeira vez que prestei atenção a Rufus foi pela sua participação na banda sonora de um filme, I am Sam, com uma versão magnifica do tema dos Beatles, Across the Universe. Foi em 2002.
Fui ouvindo umas músicas soltas mas nunca lhe dei a devida atenção. Foi então que, em Novembro de 2004, Rufus Wainwright veio tocar à Aula Magna. Fui ver para o descobrir. Foi amor ao primeiro Concerto.
As músicas de Rufus ao vivo ganham uma dimensão extraordinária. Ele consegue transmitir o que nos conta nas suas canções, consegue envolver-nos nas suas histórias.
Admiro a coragem com que arrisca em palco. Ele canta, representa, conversa, emociona.
Houve uma altura, em que só estava eu e Rufus na Aula Magna. Foi mais uma noite muito bem passada, como todas as outras passadas com Rufus! Já estou à espera do próximo!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Conversas autocarro #1

Quando as pessoas falam baixo, consigo ler. Quando falam alto, arrumo o livro e resigno-me. Resolvi tirar partido e aproveitar das conversas alguns momentos de humor. E consegue-se!
Três filas à minha frente duas senhoras conversavam com grande animosidade sobre o vulcão, que se lembrou, depois de alguns dias de tréguas, de voltar a fazer das suas. As senhoras estavam preocupadas que as cinzas invadissem o espaço aéreo Português. A título de corolário, uma senhora afirmou veemente: "a natureza está muito zangada com os humanos". Uma fila de autocarro à minha frente: "pai, como é que a natureza se pode zangar com as pessoas? e porquê que ela está zangada?". O pai, penso que para não dar continuidade ao disparate, respondeu: "é muito feio ouvir as conversas das outras pessoas". Não vi a cara do gaiato, mas calculo que deva ter feito uma cara de "processamento de informação" porque demorou alguns instantes com a réplica, "pai, como é que eu faço para não ouvir as conversas das pessoas?". Que pergunta tão pertinente! É a pergunta que me faço diariamente. Apurei a minha audição na esperança de ouvir uma resposta que me servisse, que me salvasse. Apenas ouvi um simples "não lhes ligues, pensa noutras coisas." Pois é meu caro pai, só isso não chega!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estou além

Andar nos transportes públicos é difícil. Não porque há poucos, ou porque esperamos muito tempo por eles. É porque vêm com pessoas lá dentro. Formam-se grupos de amigos nos transportes e depois falam muito e alto entre eles. Falar não tem mal, o que é realmente mau é o tema de conversa. Invariavelmente: doenças! Não há volta a dar. Já fiz não-sei-quantas licenciaturas só de ouvir! É que são anos nisto... De manhã é pior. Ainda me surpreendo como é que as pessoas falam tanto tão cedo e sempre o mesmo tema! De tarde, talvez pelo cansaço, já não voltam faladoras. Voltam irascíveis. Discutem por tudo e por nada. Se preciso for discutem com quem iam a conversar de manhã. Gosto de andar de transportes porque aproveito o tempo para ler mas assim não há clima! Já não há paciência!
Já tentei vir de carro. É igualmente mau! Já não venho e vou a ouvir as pessoas, ouço as buzinas de quem tem pressa, ou seja, de quase todos os que conduzem. distraímo-nos, não avançamos no segundo imediatamente anterior à passagem do sinal de vermelho para verde e, buzina! Se ousamos ir um pedacito mais devagar, quando nos ultrapassam, olham para nós como se fossemos uns alienígenas, como se tivéssemos feito um disparate desmedido! Gosto de andar de carro porque posso vir a ouvir a minha música, mas assim também não há clima. Também já não há paciência!
Já pensei em propor teletrabalho ao meu chefe para me poupar. Mas depois pensei que preciso de contactar com pessoas. Quando chego ao trabalho lembro-me que afinal não preciso nada de contactar com pessoas. Que estava bem era a trabalhar em casa. Produzia mais.
"(...)Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir Aonde eu não vou(...)"
(música de António Variações, "Estou Além")

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Logística

Esforço-me por ser moderna. Quando me perguntam "onde compraste" gosto de responder "na Net". Gosto. Por isso, e só por isso, tenho comprado alguns CD's por esta via. Outra vantagem de comprar na Internet é a de que, em vez de ir acampar à meia-noite nas lojas de discos à espera do lançamento do CD, posso comprar em pre-release, que me dá uma imagem muito mais fixe!
(qualquer acto que eu possa incorrer me dá uma imagem mais fixe do que ir para uma loja à meia-noite...).
Movida pelos factos acima descritos e, pela celeridade que se impõem na compra de um CD de Rufus e, principalmente, porque o concerto está ai a chegar e ainda não tenho o CD que está na sua génese, comprei em pre-release o novo trabalho de Rufus "All Days Are Nights: Songs For Lulu." Quero muito ouvir este disco. Até porque quero ter o trabalho de casa feito no dia 07 de Maio. O que eu não contava era com o Eyjafjallajokull e suas repercussões no espaço aéreo! Atrasou quase irremediavelmente o envio do tão ansiado CD. Fiquei chateada. Finalmente as cinzas lá se dissiparam e o transporte de mercadorias por via aérea retomou a sua actividade. E também a minha esperança de receber esta preciosidade em tempo útil.
Já com o coração sossegado, foquei-me novamente na expectativa de mais um concerto de Rufus. O que eu não contava era com uma semana de greve dos CTT! O vulcão ainda aceito, agora greve na distribuição do correio a uma semana de 07 de Maio? Que mania, é só fazer greve e nem pensam nos danos colaterais. Pensem nos outros! tragam-me o CD! quero ouvir as músicas de "All Days Are Nights: Songs For Lulu."

domingo, 11 de abril de 2010

Privilégios

Hoje, quando acordei, fui presenteada com o rio, o céu num azul esplenderoso. E muitos barquinhos. Um inicio de Domingo em cheio.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Não é uma cena gira mas...

Tinha de falar dela. Hoje fiquei sem a minha colega preferida. Por isso não é uma cena gira. Perdi a colega ganhei uma amiga e essa já é uma cena fixe. Mas estou triste. Não vai ser fácil não a ter a chatear-me. Não vai ser fácil não a poder chatear. Não pretendo que seja um post lamechas, nada disso, apenas quero dizer que gostei bastante de a ter como colega e como amiga. Era de facto uma lufada de ar fresco. Era muita fresca, lá isso era!
Já pensei muitas vezes que nunca fiz neste humilde e despretensioso blogue qualquer referência à minha cantora preferida, o que me parece imperdoável. Pois chegou a altura certa! É que ela tem uma música que é perfeita para a minha colega/amiga. Não é a minha preferida mas é a mais indicada. Aqui vai para ti:
"(...)não quero rapé
não quero cocaína
me liguei no chocolate
eu me liguei
só quero chocolate
não adianta vir com guaraná pra mim
é chocolate o que eu quero beber (...)"

segunda-feira, 29 de março de 2010

é mesmo assim...

Não resisto a publicar uma crónica que tive a sorte de acidentalmente ter lido. É sobre mulheres. Como mulher posso dizer que concordo com 90% do que está escrito, e muito bem escrito.
"O que sempre soube das mulheres, mas tive à mesma de perguntar"
"Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que te tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de bondade tornam-se mesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até a mais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça, mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos - elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco."

(Crónica de Rui Zink, publicada no jornal , "O Metro", 8/03/2010.)

sexta-feira, 26 de março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

Educação. Para quando?

Podia até ser uma cena gira, se não fosse verdade. Se fosse apenas produto da minha imaginação, da minha maledicência, mas não é. Acontece no escritório onde trabalho, a menos de 10 metros da minha secretária. E consigo ouvir apesar das paredes que supostamente deviam de isolar os ruídos. A culpa é do gesso cartonado. Se fossem paredes a sério eu não tinha de passar por isto.
Não tenho culpa de ter uma boa audição. Acresce o facto que há ruídos que me irritam particularmente e dos quais não me consigo abstrair. E não me consigo abstrair porque me indigna que as pessoas ainda os produzam. A sério, irrita-me tanto! Que posso eu fazer? Depois não me venham dizer que eu gozo com as pessoas, que sou má, etc. Não se ponham a jeito.
Como é que ainda existem pessoas que cortam as unhas em público e, pasme-se, no local de trabalho? Deixa-me irada o telintar do corta-unhas.
Já tinha visto pessoas na rua, até nos transportes públicos a fazê-lo. ultimamente menos. Agora colegas de trabalho... e mulher? Não é nenhuma espécie de preconceito, aos homens é igualmente indesculpável, mas as mulheres e unhas... E não. não mesmo. Haja pudor. haja decência.
Já sei, vou comprar um livro de etiquetas e boas maneiras e deixá-lo em cima da secretária. Ou, se não resultar, mando-lhe o corta-unhas janela fora quando ela estiver distraída. Ensiná-la que não se cortam as unhas em público é que não vou...

Sem palavras

fonte E porque há momentos em que o silêncio é de ouro. O melhor é apreciar.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ora ai está uma excelente noticia!

Nestes dias tenho ansiado por uma boa noticia. E que noticia é essa? Sento-me frente à televisão, passeio por todos os noticiários à procura do jornalista que há-de dizer: "em 2010 não vai voltar a chover". Nada. A noticia pela qual tanto anseio não vem. Mas tenho esperança.
Em contrapartida ouvi uma excelente noticia, muito melhor do que parar de chover (até porque chove há tanto tempo que já me habituei): Rufus Wainright de volta a Portugal. Desta é que eu não estava mesmo à espera. Sei que vai ter disco novo em Abril, o que já era muito bom mas, daí a vir promovê-lo tão rapidamente...
Obrigada Rufus por trazeres um pouco de sol. Agora já aguento muito melhor a chuva. E o frio.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Nas nuvens com Clooney

"Nas Nuvens" é um filme muito interessante. Para começar, a personagem interpretada por Clooney chora no filme. Mais, a personagem feminina do filme com quem ele tem uma relação, diz-lhe, a sangue frio, que ele é um escape na vida dela, diz-lhe que ele é um parêntesis. E tudo num só filme. Não só vi o Clooney a chorar como também o vi a ser tratado como um parêntesis(?). Só mesmo em filme! A parte séria do filme aborda o desemprego inserido na actual crise económica. Clooney é então o implacável que despede pessoas. Insurge-se porque a empresa onde trabalha quer passar a despedir pessoas via web câmara. Fica triste porque vive nas "nuvens" ou seja, passa quase 365 dias por ano a viajar e, desta forma, como as pessoas vão passar a ser despedidas "tecnologicamente" acabaram-se as viagens, as milhas, os quartos de hotel. Questiona também a falta de ética. Vale a pena ver.
A questão da cobardia, levantada nos despedimentos por computador (há uma cena em que eles estão supostamente a treinar o novo processo e estão sentados numa sala ao lado do senhor que está a ser despedido...), fez-me pensar que hoje falamos mais com as pessoas por e-mail ou sms. E, tal como no filme, às vezes estamos tão perto delas! Vamos falar com elas? não! enviamos um "mail" uma "sms" e já está! Preferia falar pessoalmente com as pessoas ou, na impossibilidade falar ao telefone não mensajar ao telefone, como fazemos! Sim, também sou culpada, também o faço! Quando penso na parte nagativa destas novas formas de comunicação também penso que, provavelmente, devido à correria dos tempos actuais, se não fosse o mail e as sms já não saberia de algumas pessoas há algum tempo. Talvez sejam um mal necessário. Não sei. Ainda assim prefiro o convívio. E filmes com o Clooney.
Parêntesis? onde será o lixo daquela senhora?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Finalmente

Um dia sem chuva. O céu não esteve esplendorosamente azul, mas não choveu! Ontem, a caminho de casa, um senhor disse-me com um ar muito pesaroso: "amanhã não vai chover mas no fim-se-semana vai voltar". Esperemos que o senhor só tenha acertado nas previsões de hoje.
Amanhã, 06 de Janeiro, é o último dia das luzinhas de Natal. Depois já podemos andar nas ruas normalmente. Aos poucos as cenas estão a compor-se. Difícil vai ser fazer com que as pessoas tirem o pano do menino jesus da janela. Essa é que é essa. Vamos ver. Tenho receio que seja como as bandeiras em tempos de campeonato. Paciência, pelo menos a chuva deu tréguas e o Natal já passou.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Escolhas

Não gosto nada de perguntas que obrigam a respostas definitivas. Qual o teu filme favorito? Qual a tua Música favorita? Cantor/Banda? Não me perguntem porque não consigo responder. Se fosse obrigada até o faria mas, no segundo a seguir já pensaria noutra resposta. É quase como perguntar a uma mãe qual o seu filho favorito.
Faço esse exercício regularmente. Por exemplo, quando ouço música penso se entre toda a música que ouço consigo eleger "a" música, "o" cantor/banda. Faço o mesmo quando leio. Qual foi "o" livro. Escolho. Depois penso o que seria se a partir da escolha feita, só pudesse ouvir essa música, essa banda, ler esse livro. satisfazer-me-ia? Claro que não, apesar de ocuparem um lugar muito especial.
Escolher entre o que se gosta é difícil. Também me pergunto algumas vezes se tivesse que escolher um objecto para me acompanhar qual seria? seria tramado! Gosto de tanta coisa. No entanto, no inverno tenho a vida facilitada. Para alguma coisa o inverno me havia de servir. Nem hesito. Por isso, não consigo imaginar a minha vida sem:

Fonte: o autor

Mas "só" de Novembro a Março. Fora desse período não me peçam para escolher nada. Ou peçam desde que seja entre cenas que eu não goste!