quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Minha cara protuberância na parte posterior de um disco intervertebral*

Iniciámos uma relação há pouco mais de um mês. Uma relação sem reciprocidade, portanto condenada. Como todas as relações, tivemos momentos bons e momentos maus. E a expressão momentos bons só cabe nesta declaração porque estou a ver o copo meio cheio, se é que me entendes. O mal que me fizeste é de um desequilíbrio desmedido em relação ao bem. Por tua culpa perdi um dos concertos mais ansiados dos últimos anos, cujo bilhete, há muito em minha posse, foi uma prenda de aniversário do R. Esta viria a ser a primeira e a mais difícil de ultrapassar de muitas desilusões.
Não me deixaste comer uma refeição sossegada, por não me deixares estar sentada mais de 20 minutos. Pelo mesmo motivo proibiste-me as idas ao cinema. Os passeios a pé foram também descaradamente proibidos. De uma assentada tiraste-me os meus pequenos (grandes) prazeres. Fui-te tolerando porque me permitiste desligar o despertador daquela hora madrugadora durante um bom tempo. Permitiste-me usufruir da minha cama muito mais do que o costume. Há anos que eu não tinha maratonas de Filmes/séries deitada… Foi bom enquanto me obrigaste a trabalhar a partir de casa. Pude usufruir daquelas pantufas maravilhosas que a SC me ofereceu.
Mas chega, sou só eu a fazer cedências. Esgota qualquer relação. A ti talvez não, não cedes em absolutamente nada!
Por tua culpa fui obrigada a ir a um "terapeuta". Contei-lhe o que me tens andado a fazer e com provas! Chamou-te Um monstro.
Vou por um ponto final na nossa relação. Está para breve. Não tenho pena. Vou voltar a poder desligar o despertador e calçar as pantufas por uns tempos. E isso vai ser bom, afinal resolvi mandar-te passear no mês do frio! Imaginas o que é trocar o frio da rua pelo aconchego do lar? Sim, serviste para alguma coisa, mas agora vai chatear outra.
Se voltares um dia? Podes voltar mas cá estarei para correr contigo. Nós duas nunca vamos ter uma relação firme e para a vida! Nunca vamos ter mais do que um caso. Um caso que não deixa saudades.



Lamento, mas não estarei contigo para celebrarmos o aniversário do nosso segundo mês.

*

1 comentário:

S disse...

M,

Mai nada!!!

Bjs

S